Eu mergulho fundo. Talvez façam eu me afogar, talvez me façam perder o ar. Mas ficar no raso não dá. (Eu)

sexta-feira, 30 de março de 2012

Uma rima me ocorreu

Portentoso era o modo como desejava um afago seu
daquele que vira e desvira o mundo meu.
Fazia-me o coração num museu
tenho pena do coitado que tanto sofreu.
Quem me dera se fostes um Romeu
chamar-me-ia Julieta meu eu.
Sublime tocava o coração seu
numa fechada de olhar se correu.
Atrapalhando o trânsito adormeceu
Quando o vi me estremeceu.
Dei-lhe um tapa na cara e não respondeu
Pensei, meu Deus agora fodeu.
Ao abrir os olhos reconheceu
quem tanto chorava era eu.
Com tamanha ternura aqueceu
a lágrima que no rosto escorreu.
Quem jurava eterno sentimento morreu
No instante em que o céu escureceu.
Abrindo a pálpebra enalteceu
Olhou-me e disse: sou eu.
Nenhuma palavra a cabeça me ocorreu
Ao cadáver em meus braços perguntou eu:
Ora Romeu, bebeu?