Eu mergulho fundo. Talvez façam eu me afogar, talvez me façam perder o ar. Mas ficar no raso não dá. (Eu)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Amanhã vou voltar ao mesmo lugar onde o vi pela primeira vez.
E vou mentir pra mim mesma, que meu coração não acelera, minhas pernas não tremem e meu sentimento não muda.
- É muito grave?
- Sinto dizer que sim.
- E como faço para me curar, doutor?
- Ora, é maligno.
- Quer dizer que vou morrer?
- Meu caro, ninguém morre de amor, a não ser que seja correspondido.

Olhos, olhares, sem olhar.

Um dia, olhei pela janela e percebi que, com as persianas fechadas, algo me vira. Não digo alguém, pois não sei o que é. A inteligência era de uma pessoa, por abrir metade da persiana pra eu não notar. Os olhos de um animal, pequeno mas selvagem, olhar fixo, acho que é um... Bom, sei lá. Sei que sempre, ao acordar e ao dormir, lá está, aqueles olhos, verde claro, pequenos, fixos e ao mesmo tempo que passa selvageria, tem uma pitada de calma, olhar sereno. Semana passada resolvi fazer o mesmo, enquanto saía para trabalhar, continuara 'ele' olhar, parei na calçada, em frente a minha casa e em frente a janela; sempre fechada, abandonada e a olhar. Pode ser estranho, uma vez que todos que a alugavam não paravam um dia lá. Mas então, como ia escrevendo, parei e olhei, quando percebeu que eu estava olhando, em um piscar de olhos meus, desapareceu, não mais o vi. Mas como se fosse muito difícil ao acordar no dia seguinte, estava lá novamente. Na verdade nunca me incomodei, pelo contrário, até achei que fosse um tipo de mensagem, quem sabe subliminar, achei isso porque vive em mim quedas d'agua, em meus olhos moram cataratas. As quais me fazem perder o grau de meus olhares em aproximadamente um dia. Quem sabe seja isso, alguém (pessoa) sentindo em mim uma cachoeira. Ou quem sabe alguém (animal) que sentiu um afeto por sermos de certa forma, iguais. Uma vez saí as pressas, percebi a aflição do olhar, como se não bastasse, sempre ali. Quando voltei, três dias depois, não o vi mais, querendo ou não, as cataratas tomaram conta de meus olhos, sendo assim a partir daquele momento, era mais fácil eu sentir, do que ver algo. Algo ou alguém, aquilo quem continuo na dúvida, mas certamente está lá. No entanto; não o vejo, mas o sinto.